Data: 28 de abril de 2021

Cheik Anta Diop

Você conhece Cheik Anta Diop, este rosto da foto? 🤔

Ele foi um estudioso senegalês formado em muitas ciências. Física, Filosofia, Química, Linguística, Economia, Sociologia, História, Egiptologia e Antropologia. Estudou as origens da raça humana e a cultura africana pré-colonial. Ainda hoje é considerado um dos maiores historiadores africanos do século 20. Todo o seu conhecimento adquirido durante sua vida foi usado para dar base à tese que defendeu: O Egito antigo era uma civilização composta por pessoas negras.

Nascido no Senegal, Diop veio de uma família muçulmana e foi educado em uma escola islâmica tradicional. Quando formado, mudou-se para Paris para fazer pós-graduação. Na França o senegalês defendeu a sua tese revolucionária, que foi rejeitada pela universidade de Paris. Mas isso não o parou. Ele foi o primeiro estudioso africano da Antiguidade Egipicia. Uma vez ele afirmou ser “o único preto Africano de sua geração, a ter recebido formação como um egiptólogo”, e mais importante, ele aplicou esse conhecimento em suas pesquisas sobre a história Africana.

Diop também era político, e a sociedade africana de sua época mostrava um ambiente de busca pela restauração da identidade africana, que se alegava que havia sido deformada pela escravidão e colonialismo. Inspirado por grandes nomes como Aimé Césaire, Diop se engajou nesta luta, mas, sendo ele mesmo um literato, buscou reconstruir a identidade africana, do ponto de vista estritamente científico e sócio-histórico. Ele acreditava que a luta pelo renascimento cultural e político do país não teria sucesso sem que se reconhecesse o papel civilizador do continente, que vem da antiga civilização egípcia.

Pode-se dizer que Cheik sabia utilizar muito bem a arte da argumentação. Ele citou autores antigos para ilustrar sua teoria de que os antigos egípcios tinham os mesmos traços físicos dos modernos africanos negros (cor da pele, tipo de cabelo). Citou, por exemplo, o historiador grego Heródoto. Este (o historiador grego) disse que os Colchians (atual Geórgia) eram “pretos, com cabelos encaracolados”. Ele usou também sua interpretação de dados antropológicos (tais como o papel do matriarcado), que, somado a dados arqueológicos resultou na inevitável conclusão de que a cultura egípcia era uma cultura africana.

Talvez você pergunte: por que saber tais coisas é importante? Porque o racismo ainda existe, e porque a África é o berço das ciências, mas é considerada inferior, por versões erradas, propagadas desde as eras retrógradas do darwinismo social. Hoje, a melhor Universidade do Senegal leva o seu nome. A Universidade Cheikh Anta Diop (UCAD) foi criada no ano de 1957 e inaugurada em dezembro de 1959. É uma instituição educacional com diversas escolas profissionais e possui avaliação de 3.9/5.0.

Sobre o artista:
(@vhils), Alexandre Manuel Dias Farto é um pintor e grafiteiro português, conhecido pelos seus “Rostos” esculpidos em paredes. Tinha apenas 10 anos quando se interessou pelo grafitti e começou a pintar (mais a sério) na rua com 13 anos. Primeiro nas paredes e mais tarde em trens, com amigos ou sozinho, em Portugal e depois um pouco por toda a Europa. Ele diz que o graffiti lhe deu a base para decidir o seu futuro profissional. Passou da lata de spray para stencil e mais tarde explorou outras ferramentas e processos. Começou a perceber que o grafitti vive num círculo fechado de pessoas, mas que na rua havia grande potencial de comunicação. Já farto de pintar em paredes ilegais, passou para os posters de publicidade. Pintava-os de branco e escavava as camadas de anúncios acumulados. Experimentou voltar às paredes e esculpi-las também. E foi assim que conquistou o mundo.

Fonte: Portal Geledés e Escritório de Arte.
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