Data: 26 de maio de 2021

Sorrisos contagiantes, não é mesmo? Sabem de quem são?

 

 

Estas lindas risadas são das crianças Serer, que moram ao redor de uma cidade chamada Thiadiaye, onde, como vocês têm acompanhado, estamos construindo uma escola para 400 crianças. Diariamente, esses pequeninos percorrem cerca de 10 a 15 km para ir à escola.

Aspectos culturais e sociais de um povo:

O povo Serer é um grupo etno-religioso da África Ocidental. São o terceiro maior grupo étnico do Senegal, constituindo 15% da população senegalesa. A sua origem mais provável é nos arredores do vale do rio Senegal, na fronteira entre o Senegal e da Mauritânia. Eles foram migrando para o sul ao longo dos séculos XI e XII, e novamente nos séculos XV e XVI, quando suas aldeias foram invadidas e eles foram submetidos a pressões religiosas dos povos que invadiram o seu território.

Segundo Cheikh Anta Diop, um importante político e acadêmico, reconhecido como um dos maiores historiadores da história – que inclusive já contamos aqui em nosso site – a palavra Serer significa “aquele que traça o templo”. Para as pessoas do Senegal, isso possui relação com a posição religiosa do povo: eles são uma das raras etnias que resistiram ao Islã na época das invasões expansionistas dos povos árabes. A maioria das pessoas que se identificam como Serer falam a língua também chamada Serer, que é falada principalmente nas regiões de Sine-Saloum, Kaolack, Diourbel, Dakar e até na Gâmbia.

Eles tiveram uma cultura sedentária estabelecida e são conhecidos por seu caráter pacífico e sua experiência em agricultura e criação de gado. Os Serers praticam o comércio, agricultura, pesca, construção de barcos e pecuária. Tradicionalmente, o povo Serer era fazendeiro e proprietário de terras. Embora pratiquem a pecuária, geralmente são menos conhecidos por isso. No entanto, eles são conhecidos por sua agricultura mista. O comércio também é uma atividade econômica de sucesso entre o povo.

Os Serers resistiram à expansão do Islã pelo povo Wolof no século XIX, e então se tornaram alvo da jihad (guerra santa) de 1861 liderada pelo clérigo da etnia mandinka Ma Ba Jaxoo. As guerras envolvendo o povo Serer continuaram até 1887, quando as forças coloniais francesas conquistaram o Senegal. Depois disso, a conversão do povo Serer ao Islã se acelerou. No início da década de 1910, cerca de 40% dos Serers havia adotado o Islã como religião e, na década de 1990, cerca de 85% deles se declaravam muçulmanos. A maioria dos Serers recém-convertidos ingressaram em confrarias Muçulmanas da linha sufi, particularmente Mouride e Tijaniyyah Tariqas. Atualmente, a maioria da população Serer é muçulmana, mas também há muitos cristãos (católicos e protestantes), embora uma pequena parcela, principalmente entre os que vivem no meio rural, continue seguindo sua religião tradicional, praticada séculos antes das invasões árabes e europeias.

As aldeias ao redor da escola que estamos construindo são praticamente 100% de pessoas da etnia Serer. A nossa visão é de que, através dos projetos, as crianças e suas famílias – por quem temos muito carinho – possam ser alcançadas e que a perspectiva de um futuro próspero seja fortalecida cada dia mais. Contextualizando à luz da Bíblia, Jesus, no capítulo 18 do Livro de Mateus, diz assim: “Quem quiser ser o primeiro no Reino de Deus seja o último de todos e o servo de todos. Quem acolhe em meu nome uma criança, acolhe a mim mesmo e quem me acolhe, não é a mim que acolhe, mas aquele que me enviou”.

Nós do Instituto Dorcas adotamos o compromisso com a educação e formação de nossos jovens e crianças, sempre em busca de elevar o seu potencial e dar o devido protagonismo àqueles e àquelas a quem servimos. O trabalho que nós desenvolvemos é firmado na fé nAquele que nos enviou e no compromisso de transformar a realidade do Senegal, proporcionando-lhes uma vida digna no presente e cheia de esperança no futuro.

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